sexta-feira, 19 de março de 2010

SALA DO SEMI SOFRE MODIFICAÇÕES

     Nesta sexta-feira (19/03/10) mais um investimento foi realizado na Escola. As turmas dos Pré-vestibulares(manhã e noite) terão uma grata surpresa ao retornarem às aulas na segunda-feira: o teto da sala destinada a essas turmas foi todo remodelado, recebendo forro em PVC.

     Com esta modificação vários efeitos serão sentidos como a luminosidade que ficou mais suave, a temperatura média( mesmo nos dias de calor e com ventiladores), sofrerá um decréscimo considerável, pois com o forro, o calor do sol incidido nas telhas tende a retornar e a circulação interna de ar será mais eficiente. Em um segundo momento serão instalados aparelhos de ar condicionado para amenizar mais ainda as altas temperaturas. Fato este que não foi possível agora ante a falta de aparelhos de alta capacidade de refrigeração no mercado e aos preços "em alta" devido o calor intenso em todo o País.

     Mas o nosso Projeto de melhorias no setor de consumo elétrico vai bem mais longe! A sala 03, cuja reforma foi realizada, possuia 12 conjuntos de 2 lâmpadas de 40 W cada uma, totalizando um consumo de 0,96 Kwh. Como a sala fica em média 5 dias por semana com as luzes acesas, 10 horas por dia, totalizava um consumo de 216 Kwh/mês! Com as novas alterações o consumo será reduzido em, aproximadamente, 74% - 56 Kwh/mês! Uma diferença enorme! As mudanças serão implementadas em todas as salas-de-aula da Escola gradativamente.

     Desta forma poderemos climatizar todas as salas de aula (que ainda não possuem um sistema de refrigeração) sem que os custos se elevem substancialmente. Melhoria no conforto de nossos alunos contribuíndo significativamente com o nosso Meio Ambiente. A natureza agradece!

Sala antes da reforma

Sala após a reforma

O Rio de Janeiro no centro da disputa pela divisão das riquezas do petróleo do Brasil

A batalha pelas riquezas do petróleo recém-encontrado no Brasil está esquentando

A Câmara dos Deputados aprovou na semana passada uma divisão igual entre os Estados brasileiros dos royalties da receita do petróleo. A votação, parte de uma ampla reforma das leis do petróleo do país, que está em curso após as grandes descobertas de reservas em alto-mar nos últimos três anos, foi um duro golpe para o governo estadual do Rio de Janeiro, a maior região produtora de petróleo do Brasil.

Se o projeto for sancionado em lei, ele tiraria do Estado do Rio e outros Estados produtores de petróleo bilhões de dólares em royalties esperados. A receita anual de petróleo do Rio cairia de cerca de US$ 4,3 bilhões para cerca de US$ 134 milhões, disseram autoridades do Estado.

Mas o governador do Rio, Sérgio Cabral, está contra-atacando, chamando a votação no Congresso de um “linchamento” e argumentando que foi inconstitucional. Ele disse que os projetos de obras públicas prometidos para a Copa do Mundo de 2014 e para os Jogos Olímpicos do Rio de 2016 estariam em risco devido à queda repentina da receita, apesar do governo federal ter prometido apoiar o esforço Olímpico do Rio.

Cabral, um aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, organizou uma grande marcha pelas ruas do Rio na tarde de quarta-feira, em protesto contra a ação do Congresso. Apesar de uma chuva persistente, dezenas de milhares de pessoas, muitas delas funcionários públicos do Estado que receberam o dia de folga, compareceram, com muitas chegando em ônibus de várias partes do Estado.

“Ninguém tem o direito de tirar dos limites do Rio o que a natureza deu”, disse Carlos Lupi, o ministro do Trabalho, em um discurso na marcha e comício.

Diante da descoberta de petróleo mais importante do mundo em anos, o governo brasileiro está buscando alterar as leis de petróleo do país para centralizar nas mãos do governo federal o controle sobre as futuras receitas do petróleo. A estimativa é de que a nova região, que se encontra sob cerca de 6 mil metros de água, sal e areia, contenha mais de 5 bilhões de barris de óleo cru. Se extraídos, eles poderiam transformar o Brasil em uma potência global de petróleo.

Apesar da expectativa de que demore pelo menos quatro anos para que grande parte do petróleo comece a jorrar, Lula e seus aliados estão buscando aprovar quatro leis relacionadas ao petróleo no Congresso antes que este entre em recesso em junho ou julho.

Os projetos de lei buscariam tornar a companhia estatal de petróleo brasileira, a Petrobras, na operadora de todas as futuras descobertas de petróleo da nova região, conhecida como pré-sal. Eles também incluem uma capitalização gigantesca da Petrobras, uma emissão de ações avaliada em mais de US$ 50 bilhões, disse Christopher Garman, um analista do Eurasia Group. uma firma de consultoria de risco de Nova York.

Diante de possíveis centenas de bilhões de dólares em jogo ao longo de décadas, os projetos de lei se tornaram extremamente contenciosos no Congresso, onde os políticos de oposição estão buscando adiar a votação deles até após a eleição presidencial em outubro.

“O que o Lula deseja é evitar é que esta grande disputa pela distribuição dos royalties atrapalhe a aprovação da proposta de reforma da lei do petróleo”, disse Garman. “Este é o risco para o governo.”

As propostas para reforma da lei do petróleo e emissão de ações da Petrobras se viram encobertas por uma nuvem na semana passada, quando dois membros do Congresso de Estados não produtores de petróleo, Ibsen Pinheiro e Humberto Souto, propuseram a ideia da distribuição igualitária dos royalties da receita do petróleo destinados a Estados e municípios. Isso incluiria tanto antigos quanto futuros campos de petróleo. A Câmara aprovou a proposta por 369 votos contra 72.

O governo federal recebe cerca de 40% dos royalties de petróleo do país e grande parte do restante vai para os Estados produtores de petróleo.

Garman e outros analistas esperam que Lula vete qualquer lei que inclua uma redistribuição radical dos royalties. Mas diante da eleição presidencial em outubro, na qual ele está tentando transferir sua imensa popularidade à sua sucessora escolhida, Dilma Rousseff, sua ministra da Casa Civil, o presidente está caminhando com cuidado na questão da redistribuição proposta.

Mas com os protestos do Rio e de outros Estados produtores de petróleo, Lula se viu pressionado a responder. Ele disse na quarta-feira que vetará a lei caso seja aprovada pelo Senado, segundo noticiou a imprensa brasileira.

A disputa está embebida na política de ano eleitoral. Para Cabral, o governador do Rio, a disputa é uma chance de mostrar a Lula e seu Partido dos Trabalhadores que ele pode ser um influente companheiro de chapa de Rousseff, disse Alexandre Barros, diretor-gerente da Early Warning Consultoria, em Brasília.

O provável adversário de Rousseff na campanha eleitoral, o governador de São Paulo, José Serra, inicialmente permaneceu em silêncio a respeito do assunto; São Paulo é um produtor de petróleo muito menor do que o Rio. Mas na quarta-feira, ele também condenou a medida.

Jornal The New York Times - 18/03/10
Reporter: Alexei Barrionuevo - No Rio
Tradução: George El Khouri Andolfato

Universidades de MG dispensam Enem após problemas

Universidades de MG dispensam Enem após problemas

São Paulo - Universidades mineiras vão dispensar o resultado do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2009 e fazer processos seletivos próprios no meio do ano. Em um documento assinado pelo Fórum das Comissões de Processos Seletivos de Minas Gerais e endereçado à Secretaria de Educação Superior, do MEC (Ministério da Educação), 15 instituições avaliam que o Sisu (Sistema de Seleção Unificada) está em "descrédito". Não foi divulgado quais delas farão vestibular próprio.

Para as instituições, com o descrédito, persiste o risco de o candidato participar de várias seleções. Segundo o MEC, ao menos 7 mil vagas - 15% das 47,9 mil oferecidas - não foram preenchidas na primeira edição do Sisu. Além de ter sido enviado ao ministério, o documento foi distribuído ontem a representantes de universidades federais que se reuniram, em Brasília, para discutir as falhas e acertos do Sisu.

No texto - que tem o apoio das comissões de universidades como a Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Federal de Alfenas - o fórum queixa-se da falta de clareza na prestação de informações aos estudantes e de articulação das políticas do MEC, como o Programa Universidade Aberta do Brasil.

As universidades lembram que alguns dos problemas, como a possibilidade de vazamento da prova do Enem e o baixo preenchimento de vagas, já haviam sido detectados pelo fórum. Para elas, isso reforça a certeza de que o processo deveria ter ocorrido com planejamento adequado. Para o grupo, muitas das falhas persistem.

O MEC, por meio da assessoria de sua imprensa, classificou o documento distribuído ontem como um "libelo político", com representatividade questionável. A pasta afirmou que reitores das instituições citadas no documento - mesmo de universidades que não aderiram ao Sisu - fazem elogios ao novo sistema. Para o ministério, as informações do documento não se sustentam. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

quinta-feira, 18 de março de 2010

PEGA MAL!

FERREIRA GULLAR

Pega mal

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Como convencer-se de que o que disse naquele discurso era verdade, se já sabe que não era?
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COMO PODE uma senhora de mais de 60 anos -que em breve será avó- dizer mentiras? E em público, para a nação inteira, sabendo que as pessoas honestas e informadas do país saberão que ela está dizendo mentiras e, ainda assim, o faz em altos brados, para que todos ouçam! Pergunto, sem maldade: pode alguém confiar numa senhora que mente?
E ela mesma, esta senhora que mente, terminado o ato público, a solenidade ou o comício, ao voltar para casa e deitar a cabeça no travesseiro, que dirá a si mesma?
Imaginemos a cena: ela sozinha no quarto, troca de roupas, deita-se na cama e apaga a luz. Foi um dia agitado, passou a noite a ouvir discursos no congresso de seu partido, à espera do momento em que faria seu próprio discurso, por todos esperado. Dali a alguns momentos, ela seria aclamada candidata à Presidência da República e, então, faria seu pronunciamento à nação.
E, nesse pronunciamento, iria mentir, iria afirmar coisas que sabia não serem verdadeiras, com o propósito de desacreditar os adversários políticos e futuramente derrotá-los nas urnas. E então mentiu, mentiu diante de seus companheiros de partido, que sabiam que ela mentia; mentiu perante o presidente da República, o inventor de sua candidatura, que ali estava a exaltar-lhe os méritos e sabia que ela mentia. E, agora, sozinha, no silêncio do quarto, que diria a si mesma?
Não pode dizer a si mesma que não mentira. Isso o mentiroso poderá dizer a alguém que o acuse de ter mentido: finge estar ofendido, faz-se de indignado e chega até a insultar quem o acusou de mentir. É parte do papel do mentiroso. Mas consigo mesmo, não consegue fazê-lo. Enganar os outros é possível, ou pelo menos ele acredita que consegue, mas enganar a si mesmo é bem mais difícil, se não impossível.
Como convencer-se de que o que disse naquele discurso era verdade, se sabe que não era? Com a cabeça no travesseiro, sozinha consigo mesma, será que lhe vem à mente a confissão dolorosa?
Será que, contra sua vontade, uma voz interior, que só ela ouve, lhe dirá: "Como teve a coragem de dizer esta noite, para o país inteiro ouvir, tantas inverdades? Acha certo enganar as pessoas? E pior ainda, enganá-las ao mesmo tempo em que se propõe governar o país?".
Não posso garantir que isso tenha ocorrido, pois há casos de pessoas mentirosas que terminam acreditando nas próprias mentiras. Se bem que esses que acreditam no que inventam são outro tipo de mentirosos, que necessitam, sobretudo, enganar-se a si mesmos, mais do que enganar os outros.
Esse gênero de mentira é diferente da mentira política, quando o cara afirma coisas que não aconteceram, que todas as pessoas informadas sabem que não aconteceram e, mais que todos, o próprio mentiroso o sabe e sabe que todos o sabem.
Pelo que li nos jornais e vi na TV, no 4º Congresso do Partido dos Trabalhadores, o que não faltou foi mentira. Creio que a ministra Dilma Rousseff é essencialmente honesta, tanto que sempre que afirma certas coisas, percebe-se hesitação em sua voz. Não se sente à vontade, como Lula, que, ali mesmo, afirmou ter sido o mensalão uma conspiração contra seu governo. Uma conspiração da qual deve ter participado o procurador-geral da República, uma vez que, em sua denúncia, falou de "uma quadrilha", chefiada pelo chefe da Casa Civil do Lula.
No segundo turno das eleições de 2006, o PT inventou que Geraldo Alckmin, se eleito, privatizaria a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Isso nunca havia sido dito nem cogitado pelo PSDB, nem por seu candidato nem por ninguém. Uma pura e simples calúnia, com o objetivo de minar a candidatura adversária.
O primeiro a dizer isso foi Lula, num debate na televisão. Alckmin o desmentiu, no mesmo instante. Lula se calou, mas, já no dia seguinte, a propaganda do PT insistia na mentira, que enganou muita gente e garantiu a vitória de Lula. Agora, mal começa a campanha, Dilma retoma a afirmação mentirosa, deixando claro qual será o nível em que o PT pretende conduzir a disputa.
Na verdade, durante o governo FHC, foram feitas várias privatizações, com resultado altamente positivo para o país, a começar pela telefônica, cuja privatização tornou o celular um bem comum a qualquer brasileiro; a CSN, privatizada, passou a dar lucro em vez de prejuízo aos cofres públicos; e a Vale do Rio Doce se tornou uma das maiores empresas do mundo.
Dilma cala sobre essas privatizações que deram certo e mente sobre as "privatizações" que nunca ninguém pensou fazer. Para uma senhora já de certa idade, ainda que petista, pega mal.

Folha de São Paulo, domingo 28 de fevereiro de 2010. Caderno ILUSTRADA.